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This book provides an overview of urban transformations taking place in the city of Rio de Janeiro, Brazil in the last three decades. It analyses urban dynamics within the metropolis and its relationship with Brazilian urban networks. This book is structured in three main parts with sixteen chapters written by researchers from the Brazilian Metropolitan Observatory in Rio de Janeiro. The aim of the book is to study urban transformation and stagnation with regards to urban mobility and infrastructure, social analysis of territory, housing and housing market, metropolitan governance, demography, residential segregation and inequality of opportunities, among other topics.

O presente artigo objetiva analisar a relação entre vulnerabilidade social e as tendências à segmentação e segregação residencial em nossas grandes cidades. Tem-se como pressuposto que, em todas as sociedades capitalistas, existiram diferentes sistemas de gestão dos riscos à reprodução material e à coesão social. Nas metrópoles brasileiras, a vulnerabilidade social decorre da crise de um regime de bem-estar social dual, fundado a partir da combinação das livres forças de mercado e da mobilização das estruturas familiar-comunitárias, particularidades do nosso desenvolvimento capitalista. Escolhemos como indicador de vulnerabilidade social os segmentos da população de 4 a 24 anos, que correspondem a vários ciclos de socialização e de aquisição dos recursos necessários à reprodução e à integração sociais, cuja situação de vulnerabilidade se diferencia de acordo com a importância da família, da escola e (ou) do mercado na reprodução social desse grupo. Os resultados indicam que, independentemente da localização da moradia, se no centro ou na periferia das metrópoles, se nas regiões mais favorecidas ou não, o contexto social do "bairro" onde há pouco capital social na forma de relações estáveis com o mercado de trabalho aumenta os riscos de que essa população esteja em situação de vulnerabilidade. Portanto, é possível pensar num padrão de sociabilidade marcado por um isolamento social com baixo grau de exposição aos ativos que permitem superar essa situação que, ao mesmo tempo, é marcada pela instabilidade da vida social.

De récentes réflexions sur les enjeux liés à la construction identitaire de la gouvernance métropolitaine ont surtout mis l'accent sur l'analyse des effets politico-institutionnels d'un processus double : celui de la mondialisation et du néolibéralisme. Associé à une dynamique de répartition du pouvoir vers le haut et vers le bas, le processus de mondialisation des économies métropolitaines se traduit par un renforcement et une autonomisation des acteurs politiques locaux et supranationaux ainsi que par un affaiblissement des autorités intermédiaires, c'est-à-dire l'État national et le gouvernement métropolitain. Quant à lui, le processus de libéralisation implique une désactivation des mécanismes de réglementation des conflits liés à la distribution et des externalités du marché actuelles. Il a également un effet dissuasif quant à la mise en oeuvre des mécanismes de réglementation des nouveaux conflits et externalités inhérents à la politique métropolitaine. La combinaison des deux processus impliquerait une reconfiguration des métropoles, lesquelles comportent des lacunes en matière de gouvernance, au sens strict, et en matière de politique, au sens large. Si les effets pervers de ce double processus sur l'établissement de la gouvernance métropolitaine semblent incontestables, dans le présent article, nous adoptons un point de vue analytique complémentaire en mettant l'accent sur le processus de métropolisation brésilien. Nous tentons de vérifier dans quelle mesure les variables internes de la dynamique métropolitaine brésilienne sont également génératrices de blocages politico-institutionnels dans la mise en place de la gouvernance métropolitaine.